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A mãe que veste verde

A viagem de uma família de quatro pelo mundo dos produtos naturais, ecológicos e biológicos.

A mãe que veste verde

A viagem de uma família de quatro pelo mundo dos produtos naturais, ecológicos e biológicos.

E agora sobre fraldas descartáveis e absorventes femininos

Já ouviram falar de alergia às fraldas? Infelizmente cá em casa sabemos bem o que é. E tudo começou com um pacote das Dodot azuis, super fofas, super absorventes... mas carregadas de químicos.

 

Foi a partir daí que o rabinho da cachopa ficou super sensível às fraldas ditas "normais". E a mãe que veste verde, e que na altura vestida todas as cores, lá se atirou à net para pesquisar sobre este fenómeno.

 

Descobri que as fraldas descartáveis não são propriamente inócuas para os nossos bebés. Muitos dos componentes das fraldas são conhecidos como "potenciais irritantes" para a pele! A verdade é que as fraldas descartáveis são compostas por várias camadas, sendo que a que entra em contacto directo com o bebé, o "forro" das fraldas, é normalmente formada por fibras de polipropileno, que é, na sua essência, plástico. 

 

O "forro" basicamente separa o rabinho do bebé da camada absorvente. Esta é composta por polpa de celulose e aquelas bolinhas de "gel" que por vezes aparecem no rabiosque dos nossos miúdos quando o forro se rompe. Esse gel é o SAP (super absorbent polymer), que no fundo é o que faz com que fraldas tão finas absorvam tanta humidade. É também usado nos absorventes femininos, se bem que foi proibido em tampões devido à relação encontrada entre os SAPs e o síndrome de choque tóxico. Estes polímeros são conhecidos por causarem irritações na pele e reacções alérgicas. A celulose é também problemática pois é branqueada para ficar com o aspecto branco que vemos nas fraldas descartáveis. O branqueamento, quando feito com cloro, produz dioxinas, que são altamente tóxicas. Alguns vestígios de dioxinas permanecem nas fraldas, e podem ser absorvidas pela pele do bebé. O problema com as dioxinas é que os estudos com animais mostram que podem estar ligadas a problemas reprodutivos, de desenvolvimento, hormonais, no sistema imunitário e, inclusive, causar cancro.

 

Para além da camada absorvente, as fraldas descartáveis têm uma camada exterior à base de polietileno, outro plástico, que serve para impermeabilizar a fralda.

 

Com tanto plástico nas fraldas, estamos perante um outro ingrediente de risco: Ftalatos. Os Ftalatos são adicionados com o intuito de tornar os plásticos mais flexíveis e duráveis. O problema é que estão associados a problemas nos sistemas endócrino e reprodutor.

 

Querem mais? Grande parte das fraldas têm também loções e perfumes (!!!), ou ainda tintas, algumas podendo mesmo conter metais pesados.

 

Perante isto tudo, não é de admirar que as fraldas descartáveis possam causar algumas reacções alérgicas em bebés e crianças mais sensíveis. Para além disso, há ainda o risco de estarmos a por a saúde dos nossos babys em risco. Quando me inteirei disto, pensei que a melhor solução era usar fraldas reutilizáveis, de pano. Infelizmente para o ambiente (e para a nossa carteira), o estilo de vida cá em casa não permite contemplar esta opção.

 

Assim, pesquisei sobre as fraldas ditas "ecológicas", que para além melhores para o ambiente, são melhores para a saúde dos nossos pimpolhos. Designações como "livres de cloro", "sem perfumes e loções", "sem ftalatos", começaram a ser importantes cá em casa. Infelizmente, as fraldas ditas ecológicas são bastante caras, e nem sempre é possível optar inteiramente por esta solução, ainda para mais com dois filhos. Por isso, procuramos reduzir o impacto intercalando fraldas verdes com fraldas menos verdes mas com menos químicos que as ditas "convencionais". Uma vez que a pele da minha filha é um bom medidor de substâncias químicas, o que funciona com ela normalmente é aplicado depois no bebé cá de casa.

 

Quem quiser saber mais sobre este tema, só tem que espreitar aqui.

 

E quanto aos absorventes femininos? Bem, grande parte do que foi referido acima aplica-se também aqui. Sim, também sao branqueados com cloro, também são feitos maioritariamente de algum tipo de plástico, também têm fragrâncias. Os plásticos dos aplicadores dos tampões também têm ftalatos. O algodão dos tampões convencionais contém pesticidas. Mais; todas ouvimos dizer que devemos usar roupa interior de algodão, e não de tecidos sintéticos, de modo a evitar-mos infecções fúngicas e bacterianas. Então porque não termos também cuidado com os absorventes que compramos? Existem alternativas mais naturais no mercado, embora se encontrem à venda longe dos super e hipermercados. Sem dúvida que valem a pena mais do que um olhar de relance!